quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Corinthians é o maior clube de futebol do Brasil e das Américas


Pode parecer o reflexo do óbvio, mas não é tão fácil: é preciso provar. O estudo é simples, mas envolve números, gráficos e algumas variáveis. Não é o tipo de post “nossa, que emocionante”. Então, se para você basta o orgulho de saber que nosso time é o maior, pode parar por aqui e deixar um “VAI, CORINTHIANS” nos comentários. Se o tema te interessar, vá até o final.
Foram considerados os seguintes tópicos:
- Patrimônio e Ativos;
- Valor da marca;
- Faturamento;
- Potencial de consumo;
- Exposição internacional;
- Mídias sociais;
- Modelo de gestão.

PATRIMÔNIO E ATIVOS
O valor patrimonial ainda pode ser contestado pelo simples fato da Arena Corinthians não estar pronta. Mas em recente estudo da Revista Forbes, o Corinthians foi o único clube citado entre os 37 patrimônios bilionários do país (o valor da marca foi preponderante). Com o estádio pronto, o valor patrimonial será indiscutível.
Um imóvel sofre variações no seu valor conforme a etapa da construção. Funciona assim quando compramos um apartamento. Na planta, ele tem um valor. Parcialmente construído, outro. Finalizado tem outro ainda maior. Certamente, se avaliada, a Arena Corinthians dará ao Corinthians também a liderança patrimonial.

VALOR DA MARCA
A marca corinthiana é a única bilionária dentre os clubes das Américas. É o único clube que figura entre as 25 maiores marcas do futebol mundial. Sua marca é estipulada em mais de 1 bilhão de reais (valor exato no gráfico).
Esse estudo é realizado pela BDO e considerou 18 variáveis. Entre elas: dados financeiros históricos, desempenho do marketing, hábitos de consumo dos torcedores, dados econômicos e sociais, entre outros.
Como fonte, os balanços dos clubes fornecem os dados. Transferências de atletas não são levadas em consideração. Para avaliar a marca é considerado o esforço para aumento de receita e não o valor contábil dos ativos.

COMPOSIÇÃO DO FATURAMENTO
Há três anos consecutivos, o Corinthians fecha o ano com o maior faturamento entre os clubes brasileiros. O crescimento em 2011 foi de 37% (veja gráfico do globoesporte.com abaixo). Após a ilustração, apresentarei alguns dados para, quem sabe, tentar estipular o faturamento de 2012.

BILHETERIA
Só em bilheteria, somando o Campeonato Paulista, Libertadores da América e Campeonato Brasileiro, o Corinthians já atingiu a marca aproximada de R$ 17 milhões de LUCRO LÍQUIDO. O valor bruto é ainda mais assustador. A tendência até o final da temporada é que o Timão atinja um valor superior a R$ 20 milhões livres de custos.

DIREITOS DE TV
Hoje o Corinthians arrecada R$ 114 milhões em direitos de televisão, a maior quantia do país. Com isso, agrega valor ao marketing com a exposição da marca de seus patrocinadores.

PATROCÍNIOS
Até o momento, o Corinthians, mesmo sem um acordo definitivo para o patrocinador master, já faturou (com patrocínios secundários e os pontuais) cerca de R$ 20,7 milhões, sem contabilizar o patrocinador atual, a cujo valor não tive acesso. Caso resolva ceder e baixar o valor que pede pela parte nobre da camisa, existem empresas dispostas a pagar até R$ 26 milhões por ano. Com a soma das outras  partes da camisa, o clube arrecadaria R$ 39,5 milhões em 2013. Acredito que, se uma dessas empresas elevar um pouco a proposta (o que me foi revelado é que existem quatro interessadas), o clube conseguiria atingir algo como R$ 45 milhões (bem próximo a meta de R$ 50 mi) e sem a presença de Ronaldo no elenco. Com o Fenômeno, o Timão alcançou a marca de R$ 47 milhões.
Some a esse valor o que o clube recebe da fornecedora de uniformes: R$ 20 milhões por ano.

PREMIAÇÕES
Na Libertadores, o Corinthians faturou R$ 2 milhões até a final e mais R$ 4,1 milhões pelo título. No Mundial, o pior cenário é de premiação de R$ 4,1 milhões. Caso o Corinthians chegue à final, faturará US$ 5 milhões caso conquiste o título ou US$ 4 milhões caso perca a decisão.

LICENCIADOS
Segundo a Época Negócios, apenas com a rede de franquias PODEROSO TIMÃO, o clube faturou R$ 178 milhões em 2011. A matéria citava 113 lojas abertas no Brasil.
O número de produtos licenciados do Corinthians ultrapassa a faixa de 1000 itens. Diversificados em produtos, franquias, emissora de televisão, web rádio e no seu programa de sócio torcedor.
De acordo com nota divulgada em junho de 2012 no site oficial do clube, o Fiel Torcedor conta com 90 mil associados. Destes, 60 mil estão com a anuidade em dia e aptos para adquirir seus ingressos pela internet. Em jogos decisivos, como contra o Boca Juniors, por exemplo, bilheterias sequer foram abertas. Comodidade ao torcedor, modernidade, combate aos cambistas e lucro.

POTENCIAL DE CONSUMO
Apesar da torcida corinthiana não ser ainda a maior do país, é a maior no estado de São Paulo, Paraná e no Sudeste do país, regiões com maior poder aquisitivo. Só como exemplo, o potencial de consumo do Flamengo (maior torcida do Brasil) é apenas o terceiro maior.
O Corinthians lidera o ranking com incríves R$ 450 milhões de pontecial mensal de consumo – veja gráfico:

EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL
A exposição internacional do Corinthians começou a crescer com a chegada de Ronaldo. No entanto, nada se compara ao nível a que o clube foi elevado com a conquista da Copa Libertadores da América e a consequente classificação para o Mundial. Em dezembro, o Timão será exposto ao mundo e a conquista do título poderá elevar ainda mais o valor de sua marca e as ações internacionais.
Contratações de jogadores estrangeiros colaboram nesse quesito. No Peru, segundo relatos, é frequente o uso da camisa do atacante Guerrero, ídolo do país.
Ainda segundo o Marketing alvinegro – tese da qual discordo – o mercado chinês está aberto e em expansão pela presença de Zizao no Coringão.

MÍDIAS SOCIAIS E INTERNET
O Corinthians é, disparado, o clube que melhor trabalha suas mídias sociais. Tratando apenas das duas ferramentas mais utilizadas pelos brasileiros (Twitter e Facebook), o Timão é primeiro do ranking em ambas. No microblog, o número ultrapassa 1.205.000 seguidores, enquanto na Fan Page oficial do clube, o número chega a quase 3 milhões de internautas.
O Corinthians tem o site mais visitado entre os clubes de futebol do continente e o 16º mais visitado do mundo, segundo estudo publicado em 2010 pelo site Futebol Finance.

MODELO EUROPEU DE CONDUÇÃO DO FUTEBOL
O clube vem mostrando, ano a ano, um modelo europeu de administração. Manutenção do treinador, elenco com 15, 16, 17 jogadores com potencial claro para atuar na equipe titular e, principalmente, o entendimento por parte dos atletas dessa filosofia. Do time campeão da Libertadores, apenas Ralf não sentou no banco de reservas por um tempo considerável. Dá para dizer que é um modelo europeu de condução do futebol. É muito comum a alternância de jogadores titulares nas maiores equipes do planeta.

UTOPIA
Já em relação a almejar estar entre os maiores clubes do mundo, para o Consultor de Marketing Esportivo Amir Somoggi, é utopia pensar que um clube brasileiro possa constar na lista dos cinco maiores do mundo:
- O futebol brasileiro está um século atrasado em relação ao europeu – destacou.
No ranking mundial, o Timão aparece na 25ª posição, com uma receita de 138 milhões de dólares e um resultado operacional de 25 milhões. A dívida alvinegra está equacionada e sumirá com o passar dos anos se a administração do clube continuar no mesmo ritmo.
Ainda no papo com Somoggi, quando questionei sobre o valor do patrocínio pretendido pelo Corinthians, o consultor afirmou que o valor está acima do que o clube pode oferecer: “o Corinthians não pode pedir R$ 50 milhões, pois não entregará retorno ao seu patrocinador nem em termos de marketing e nem em entrega comercial”, finalizou.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Brasil aparece como quinto país no ranking de pirataria de música online


O Brasil consta como quinto país com o maior número de downloads ilegais de arquivos de música na internet, de acordo com uma pesquisa feita pelo serviço de monitoramento musical Musicmetric. O levantamento, chamado de Index de Música Digital, analisou a localização e a quantidade de downloads de músicas entre janeiro e junho de 2012, via Torrent, método mais comum usado para baixar arquivos digitais.

Os Estados Unidos estão no topo da lista de pirataria de música online, com mais de 96 milhões de downloads. A Grã-Bretanha, em segundo lugar, com cerca de 43 milhões, e o Brasil em quinto lugar, registrou mais de 19 milhões de downloads, atrás da Itália e do Canadá. Em todo o mundo, mais de 3 bilhões de músicas foram baixadas a computadores usando Torrent durante o período coberto pela pesquisa.

De acordo com o Musicmetric, o disco Talk that Talk, da cantora americana Rihanna, foi o mais baixado no mundo, com mais 1,2 milhão de downloads. A cantora britânica Adele e o belga Gotye também estão entre os cinco mais populares do mundo.

O artista mais baixado em cinco dos 20 primeiros da lista foi DJ americano Billy Van, que causou surpresa a muitos. Os países que mostram o DJ no topo da lista de downloads incluem Brasil, Índia, Romênia e Grécia.

A própria Musicmetric acredita que um dos motivos do alto índice de download do DJ americano é o fato de o EP, The Cardigan, estar licenciado para distribuição gratuita por Torrent. "Foi uma estratégia interessante para promover o disco de Billy Van, mas não quer dizer que ele seja realmente o mais popular em todos esses países", disse a Musicmetric à BBC Brasil.

A organização prevê ainda que até 2015, o Brasil ultrapasse a Grã-Bretanha e ocupe o segundo lugar mundial na pirataria de arquivos digitais de música. No entanto, a Musicmetric diz que isso "não é necessariamente ruim". "O crescimento dos downloads no Brasil mostra que as pessoas estão interessadas nisso. O fato de que 19 milhões de músicas são baixadas ilegalmente não quer dizer que as pessoas não comprariam essas músicas".

"O que vimos pelo mundo é que onde existe a presença de lojas de música online como iTunes e Spotify, o número de downloads cresce menos. As evidências mostram que as pessoas usarão as alternativas legais que são oferecidas a elas", declarou a organização.

O Index de Música Digital também mostra que os lucros com a venda legal de arquivos digitais pelas gravadoras cresceu 8% em 2011, para cerca de US$ 5,2 bilhões, mostrando crescimento maior que em 2010, quando o aumento nos lucros foi de 5%.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Motoboy ganha fãs e recebe críticas por vídeos com infrações de trânsito


Postagens mostram excesso de velocidade e conselhos para jovens.
PM diz que motociclista perderia carteira se flagrado em fiscalização.



Velocímetro marca 125 km/h em avenida da Zona Sul de São Paulo (Foto: Reprodução/YouTube)O motoboy Kleber Atalla, de 51 anos, conseguiu reunir fãs, colecionar críticos e ter renda extra impulsionada com vídeos nos quais mostra a rotina de um motociclista nas ruas e avenidas de São Paulo. Excesso de velocidade, "disputa de racha" contra uma Ferrari, xingamentos a motoristas e conselhos para os jovens são os principais itens da coleção postada no YouTube.
“Sei que é ilegal o que faço. Não recomendo para quem me assiste”, afirmou. Ele justifica as irregularidades dizendo que as comete em nome da audiência. “Estou fazendo assim porque é uma maneira de me comunicar com a molecada. Se fizer um vídeo a 30 km/h, atrás dos carros, ninguém vai querer assistir. Tem que ter um sensacionalismo.”
O capitão Paulo Oliveira, chefe do setor operacional do Comando de Policiamento de Trânsito (CPTran), avaliou os vídeos e disse que, se fosse flagrado em apenas um trecho dos vídeos, Kleber perderia a carteira. Além de acelerar mais do que o permitido, ele também faz ultrapassagens proibidas, dirige na contramão e ultrapassa sinal vermelho.

Estratégia
Nem sempre, porém, Atalla sai ileso dos passeios. “Já quebrei clavícula, dedo, me esfolei, levei vários tombos. E perdi alguns amigos no último ano, por acidente. Perdi nesse ano um tiozão, que era parceirão mesmo, da minha idade. Bateu de frente numa moto, na [Rodovia] Mogi-Bertioga.”
Os vídeos atualmente fazem parte de uma estratégia de marketing: neles ele indica seu site de venda de escapamentos e peças de moto. A idéia de criar a página surgiu após uma série de e-mails que o motociclista recebeu depois de postar o primeiro vídeo no YouTube: uma filmagem de 22 segundos mostrando o barulho do escapamento que havia mandado fazer para a moto que tinha na época, uma Yamaha XJ6. Os motociclistas queriam saber em que loja ele havia comprado aquela peça.
Ao notar a demanda, passou a fazer o meio de campo entre os vendedores da Rua General Osório, “Meca” dos motociclistas em São Paulo, e compradores de todo o Brasil. “Eu revendo as peças. Nessa eu ganho uns troquinhos”, disse.
Os vídeos
Além de abrir as portas para o comércio virtual, o primeiro vídeo o levou a assistir a filmagens de outros internautas-motociclistas. Atualmente registradas com uma câmera presa no capacete ou no guidão, as filmagens mostram os riscos enfrentados (e provocados) por quem enfrenta sobre duas rodas o trânsito caótico da capital paulista. Em um deles, ele chega a acelerar a mais de 120 km/h na Avenida Jornalista Roberto Marinho, na Zona Sul.
Nas gravações, Atalla fala de assuntos variados, como prevenção às drogas e às doenças sexualmente transmissíveis, sobre a importância de respeitar os mais velhos e o valor do estudo.  Em alguns vídeos, chega a pedir a seus fãs que não façam como ele e pilotem de maneira mais responsável.
As críticas também são muitas.“O pessoal fala que estou totalmente errado, que sou um transgressor, que estou agredindo todo mundo, colocando em risco a vida de várias pessoas, não só a minha.." Isso, porém, só aumentou a popularidade de Atalla. Seu canal no YouTube tinha, até esta segunda (17), 29 mil inscritos e mais de 7,7 milhões de exibições.
Video mostra "arrancada" contra Ferrari em semáforo (Foto: Reprodução)Video mostra "arrancada" contra Ferrari em
semáforo (Foto: Reprodução)
Velocidade
Rotineiramente, Kleber trafega com o velocímetro acima de 90 km/h, inclusive em vias congestionadas onde o limite é de 60 km/h. Quando há congestionamentos, não poupa os motoristas de carro que cometem infrações rotineiras, como não dar seta ao mudar de faixa.

“A moto é um veículo rápido, principalmente em corredores como o da [Avenida] 23 de Maio. O motoqueiro vem ‘despinguelado’. Se frear ele vai cair.” Para os motoristas, Kleber costuma tecer comentários pouco lisonjeiros e acelerar sua moto, uma Hornet 600, de forma brusca, para assustar.
Medo
O motociclista admite que teme sofrer acidentes. “Sei que se acontecer um acidente mais sério já era. Estou preparado para, se der uma ‘panca’, me machucar bem. Minha mulher é a pessoa que menos gosta disso.”
O medo é pertinente. De acordo com Relatório Anual de Acidentes de Trânsito Fatais, da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), no ano passado 512 motociclistas morreram em acidentes apenas na capital paulista. O documento aponta que apenas os pedestres são mais vulneráveis nas vias paulistanas, com 617 mortos em 2011.
Apesar das centenas de infrações, a grande maioria por excesso de velocidade, registradas nos vídeos, o motociclista garante que tomou apenas uma multa, na Avenida Sumaré, Zona Oeste de São Paulo. “Foi vacilo meu. Sabia que tinha radar, mas pensei que estava quebrado. Vi o radar de frente e fui. Depois chegou a multa em casa: sete pontos e mais de R$ 500. Paguei, né, fazer o quê? Estava mais de 30% acima da velocidade máxima.”
Multas
Atalla pode atribuir o fato de ter levado apenas uma autuação à sorte. Nos dois vídeos analisados, o capitão Paulo Oliveira  verificou que, em poucos segundos, Kleber comete uma infração que levaria à suspensão do direito de dirigir e apreensão da carteira de habilitação dele: trafegar a mais de 50% do limite de velocidade. Considerada gravíssima, leva a multa de R$ 574,62.
Além de acelerar mais do que o permitido, comete outras infrações, de diversas naturezas, como ultrapassagem proibida, dirigir na contramão, ultrapassar pela direita, ultrapassar sinal vermelho, entre outros. A maioria ocorre em estradas livres e em vias rápidas congestionadas, como a 23 de Maio. “A cidade, infelizmente, não foi concebida apenas para carros, motos, caminhões ou ônibus. O motorista tem que compartilhar”, disse o capitão.
Apesar de as infrações estarem registradas em vídeo, o poder público nada pode fazer, segundo o capitão. Segundo ele, as multas só podem ser aplicadas se flagradas por um agente ou radar.

Hughes operará no Brasil com três satélites, em bandas Ku, Ka e S


Existe uma grande expectativa no mercado de satélites sobre a chegada da operadora Hughes no Brasil. Vencedora de uma das posições orbitais mais caras do mundo, adquirida no leilão de 2011 por um lance de R$ 145 milhões, a operadora deve viabilizar a entrada da operadora de DTH Dish no Brasil. Segundo Délio Morais, presidente da Hughes Networks Systems do Brasil, ainda não há uma definição sobre como a Hughes chegará. "Nossa outorga está paga e a decisão de entrar é firme. Mas não está definido a forma que vamos explorar o direito, se será diretamente, parceria, joint venture, aliança estratégica. Qualquer comentário é meramente especulação. Não tem decisão tomada ainda", disse ele, evitando comentar se existe uma negociação com a Telefônica como se comenta no mercado. Ele participou do Congresso Latino-americano de Satélites, realizado pela Converge nesta sexta, 14, no Rio de Janeiro.
Segundo ele, o tempo para que a Hughes entre em operação é função dessa definição de como. "Por exemplo, se optarmos por uma joint venture, isso precisa passar pelo novo Cade, e aí o tempo de aprovação pode chegar a oito meses".
A ideia da Hughes é operar três tipos de frequências e pretende ter um satélite para cada uma. O primeiro satélite será em banda Ku BSS (cuja frequência é otimizada para a prestação de serviços de vídeo, ocupando uma faixa livre de interferências terrestres). Provavelmente será por este satélite que a Dish iniciará suas operações. A Hughes também planeja um super-satélite em banda Ka para a oferta de banda larga ao consumidor final. E um terceiro satélite deve operar em banda S. Ao todo, a empresa tem cinco anos para ocupar as duas posições orbitais que conquistou no leilão.
Nos EUA, a Hughes lançou recentemente seu segundo super-satélite em banda Ka e deve iniciar as operações comerciais em duas semanas. O satélite tem capacidade para 110 Gbps de tráfego simultâneo.
Délio Morais explica que a Hughes continuará, apesar dessas iniciativas próprias, operando no Brasil com  capacidade de terceiros e manterá os contratos em banda Ku e banda C que tem com outras empresas operadoras de satélite. "Se alguém tiver capacidade sobrando, eu compro", diz. Essa capacidade destina-se, segundo Délio Morais, ao atendimento dos clientes corporativos. "Com nossos próprios satélites vamos atender ao consumidor final", diz.
Banda larga
Sobre a oferta de banda larga ao consumidor final, a Hughes deve repetir o modelo de negócios que está explorando nos EUA, onde o satélite de alta capacidade em banda Ka é utilizado para oferta de banda residencial. "Não tenho foco no Plano Nacional de Banda Larga porque a conta não fecha. Mas ficar só na Avenida Paulista também não é o caso.  Temos que ir no meio termo, nas cidades nem tão competitivas mas que têm demanda."
Ele explica que o grande desafio de operar banda larga via satélite é que o planejamento para os próximos 15 anos precisa ser feito agora, já que o satélite, depois de colocado no espaço, não pode ter a capacidade ampliada.
A Hughes já trabalha na segunda geração de satélites de alta capacidade. "A próxima geração é de 200 Gbps a 300 Gbps de capacidade e peso de oito toneladas. Mas isso é para daqui a quatro ou cinco anos, porque hoje não existe nem foguete preparado para colocar essa carga em órbita", diz.

O fracasso do filme de Lula



Produto estrategicamente amparado pelo aval do Palácio do Planalto e embalado para ser visto por 20 milhões de espectadores pagantes, "Lula, o Filho do Brasil", o mais caro filme produzido até hoje no país (algo em torno de R$ 40 milhões, incluindo farta publicidade, confecção de 430 cópias e outras despesas) - fracassou miseravelmente. Ao tomar conhecimento do fato Lula ficou "desapontado", pois contava com o êxito do filme para arrebanhar votos e eleger Dilma Rousseff - ex-terrorista e assaltante de banco - à presidência da República.
Em São Paulo, principal mercado exibidor do país, o filme de Lula conseguiu pouco mais de 100 mil espectadores na sua segunda semana de exibição. (Para se ter idéia do desastre, em apenas três dias o desenho animado "Alvim e os Esquilos", produção de segunda linha americana, superou a casa dos 640 mil ingressos vendidos). E na sua terceira semana de exibição, em circuito nacional, a freqüência media do filme, que já era baixa, caiu 70%, consolidando a derrocada.
Fui ver o filme de Lula numa sala da Zona Sul do Rio, na última sessão de uma sexta-feira, horário considerado nobre para o mercado exibidor. Sua platéia, constituída por 17 incautos, mostrava-se entediada, em que pese o som áspero de uma trilha sonora sobrecarregada - em cinema, curiosamente, um fator decisivo para se anular a atenção do público. Antes do letreiro "Fim", uns cinco espectadores, mais hostis, simplesmente abandonaram a sala de projeção, entre apupos e imprecações.
Por que o filme de Lula, mesmo com a milionária campanha de marketing e massivas chamadas na televisão, além do intenso noticiário da mídia amiga e o apoio milionário das centrais sindicais, fracassou a olhos vistos?
Em primeiro lugar porque é um filme pesado, "bore" - como diria, apropriadamente, a vigorosa Pauline Kael. Seu roteiro, por elíptico, caminha aos saltos e carece de uma estrutura dramática eficiente, capaz de envolver o espectador. Seus articuladores, movidos pela insensatez, pretendendo compor um ambicioso painel da vida do "cinebiografado", estraçalharam as etapas de apresentação, desenvolvimento, clímax e desfecho da narrativa em função de uma montagem que corre em velocidade supersônica, suprimindo, com isso, a necessária integridade e clareza da narrativa.
Eis o veredicto: como se processa numa dramaturgia capenga, o filme de Lula corre por conta de situações dramáticas apenas esboçadas e, ao modo de um relatório previsível, materializa-se como peça de ilustração - ilustração chata e pouco convincente.
Mas a razão primeira pela qual o filme de Lula fracassa é porque ele navega, do início ao fim, nas águas turvas da mentira. Basicamente tudo que nele é exposto - desde os episódios da infância carente narrados em tom autocomplacente pelo ex-operário à "companheira" Denise Paraná (paga pela Fundação Perseu Abramo, instituição petista) até os relatos da sua ascendência na vida sindical - traz o selo da invencionice dissimulada e o desejo manifesto de se fabricar a imagem do herói predestinado que se fez presidente.
Como o filme não tem senso de humor, o ponto de partida objetivado é comover o espectador pela exploração emotiva do miserabilismo físico e humano da paisagem social adversa. Neste diapasão, por exemplo, a cabrinha traçada por Lula na infância, conforme seu relato à "Playboy", fica de fora. Como de fora fica o episódio marcante em que Vavá, o irmão mais velho de Lula, rouba mortadela para matar a fome da família - cena que é o ponto de partida de "Os Miseráveis", a obra perene de Victor Hugo.
Por sua vez, na ânsia de soterrar a moral de botequim que norteia o personagem, por (de)formação infenso a qualquer tipo de valor espiritual, o filme subtraí a cena em que o futuro líder sindical, depois de pedir ao patrão para fazer algumas horas extras na oficina, enfia o dinheiro pago no bolso e, fugindo do trabalho, manda o patrão "tomar no...".
Como também fica ausente da narrativa, não por acaso, o relato crucial da enfermeira Miriam Cordeiro, ex-mulher do santificado sindicalista, que o trata por consumado "canalha" em depoimento ao "Estado de São Paulo", tendo em vista a discriminação exercida por ele contra a filha Lurian, cuja vida, anos antes, "queria ver abortada".
Ademais, para enganar a audiência, os articulares da escorregadia peça publicitária sequer mencionam o papel dos cursilhos comunistas (lecionados na Alemanha Oriental) na formação ideológica do sindicalista empenhado em fomentar o ódio de classe.
Por outro lado, com o firme propósito de incensar o mito do líder carismático, pleno de virtudes, o filme esconde as relações promíscuas de Lula com Murilo Macedo, o ministro do Trabalho com quem enchia a cara de cachaça num sítio de Atibaia, interior de São Paulo, na tentativa de morder a grana fácil da "ditadura militar".
Pior: o filme esconde do espectador que a liderança de Lula no movimento sindical emerge da infiltração dos apóstatas da "teologia da libertação", aliados do terrorismo (rural e urbano) financiado por Fidel Castro, somada à ação dos ativistas radicais banidos da vida política cabocla e dos intelectuais marxistas da USP - na prática os reais fundadores do Partido dos Trabalhadores. Não parece estranho, por exemplo, que tenha sido eliminado do entrecho a figura subversiva do "Frei" Betto, o mentor ideológico do maleável líder sindical?
Por incrível que parece, há no filme de Lula dois personagens que são responsáveis pelos momentos (raros) em que o filme anda e adquire verossimilhança. São eles: Aristides (interpretado por Milhem Cortaz, na férrea composição de um sub-Zampanô caboclo), o pai alcoólatra de quem Lula reconhece ter "herdado o lado ruim", e Feitosa (Marcos Cesena, convincente), na vida real Paulo Vidal, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, hábil precursor do "sindicalismo de resultados", de quem o operário de nove dedos tudo absorveu em matéria de malandragem e, depois, já contando com o apoio e as instruções das facções vermelhas, traiu.
São personagens episódicos, mas funcionais, visto que representam de alguma forma presenças antagônicas, sem as quais não há vestígio de dramaturgia. Já a personagem de D. Lindu (Gloria Pires, uma máscara sustentada com boa porção de pancake), de quem muito se esperava, opera convencionalmente, proferindo sentenças prosaicas, como é de se esperar de uma figura materna - por sinal, segundo Frei Chico, o filho mais velho, negligenciada pela eterna ausência do amado líder sindical.
Resumo da ópera: em vez de uma cinebiografia contraditória e humana, temos no filme de Lula o engendrar da construção de um mito. Nele, o personagem é visto como um ser perfeito e predestinado - logo ele, um sujeito grosseiro e vulgar, desprovido de qualquer tipo de grandeza, a não ser a de mercadejar mentiras em função da manutenção do poder. Nem Stalin, o monstruoso fabricante de si mesmo, consentiu que se cultuasse, em vida, sob forma de obra de ficção, sua personalidade ditatorial.
O que restará ao filme de Lula? Com o apoio da grana fácil do governo, cumprir a sua missão como peça de propaganda enganosa na agenda eleitoral de 2010. No Sul do país, as centrais sindicais estão distribuindo milhões de ingressos entre os seus filiados, ao tempo em que fornecem sanduíche, refrigerantes e serviço de transporte gratuito aos eventuais companheiros que se disponham a ver a peça de louvação.
No Nordeste, fala-se na contratação de unidades móveis de exibição para percorrer centenas de cidades do interior que ainda não possuem salas de projeção. São gastos adicionais que os mentores (públicos e privados) do projeto não abrem mão na esperança de que as populações miseráveis testemunhem o florescer da Virtú. A meu ver, inutilmente. Pois, como dizia o outro (que não foi, em absoluto, o Joãozinho Trinta), quem gosta de miséria - e dela se beneficia - são os intelectuais de esquerda. Pobre - ou operário - só quer luxo e riqueza.
No que está coberto de razão.
P.S. - Visto como espetáculo soa como desperdício que "Lula, o Filho do Brasil", o "bom negócio" da LC Barreto, tenha custado em torno de enxundiosos R$ 20 milhões, até a 1ª cópia. É muita grana! Um produtor eficiente teria chegado a resultado idêntico com pouco mais de R$ 2 milhões.

Marcos Valério envolve Lula no mensalão


Diante da perspectiva de terminar seus dias na cadeia, o publicitário começa a revelar os segredos que guardava - entre eles, o fato de que o ex-presidente sabia do esquema de corrupção armado no coração do seu governo

Rodrigo Rangel
NO INFERNO - O empresário Marcos Valério, na porta da escola do filho, em Belo Horizonte, na última quarta-feira: revelações sobre o escândalo
NO INFERNO - O empresário Marcos Valério, na porta da escola do filho, em Belo Horizonte, na última quarta-feira: revelações sobre o escândalo (Cristiano Mariz)
Dos 37 réus do mensalão, o empresário Marcos Valério é o único que não tem um átimo de dúvida sobre o seu futuro. Na semana passada, o publicitário foi condenado por lavagem de dinheiro, crime que acarreta pena mínima de três anos de prisão. Computadas punições pelos crimes de corrupção ativa e peculato, já decididas, mais evasão de divisas e formação de quadrilha, ainda por julgar a sentença de Marcos Valério pode passar de 100 anos de reclusão. Com todas as atenuantes da lei penal brasileira, não é totalmente improvável que ele termine seus dias na cadeia.
Apontado como responsável pela engenharia financeira que possibilitou ao PT montar o maior esquema de corrupção da história, Valério enfrenta um dilema. Nos últimos dias, ele confidenciou a pessoas próximas detalhes do pacto que havia firmado com o partido. Para proteger os figurões, conta que assumiu a responsabilidade por crimes que não praticou sozinho e manteve em segredo histórias comprometedoras que testemunhou quando era o "predileto" do poder. Em troca do silêncio, recebeu garantias. Primeiro, de impunidade. Depois, quando o esquema teve suas entranhas expostas pela Procuradoria-Geral da República, de penas mais brandas. Valério guarda segredos tão estarrecedores sobre o mensalão que ele não consegue mais guardar só para si - mesmo que agora, desiludido com a falsa promessa de ajuda dos poderosos a quem ajudou, tenha um crescente temor de que eles possam se vingar dele de forma ainda mais cruel.
Feita com base em revelações de parentes, amigos e associados, a reportagem de capa de VEJA desta semana reabre de forma incontornável a questão da participação do ex-presidente Lula no mensalão. "Lula era o chefe", vem repetindo Valério com mais frequência e amargura agora que já foi condenado pelo STF. A reportagem tem cinco capítulos - e o primeiro deles pode ser lido abaixo:


"O caixa do PT foi de 350 milhões de reais"

Leandro Martins/Futura Pres
O CHEFE:  Segredo guardados por Valério põem o ex-presidente Lula no centro do esquema do mensalão
O CHEFE: Segredo guardados por Valério põem o ex-presidente Lula no centro do esquema do mensalão
A acusação do Ministério Público Federal sustenta que o mensalão foi abastecido com 55 milhões de reais tomados por empréstimo por Marcos Valério junto aos bancos Rural e BMG, que se somaram a 74 milhões desviados da Visanet, fundo abastecido com dinheiro público e controlado pelo Banco do Brasil. Segundo Marcos Valério, esse valor é subestimado. Ele conta que o caixa real do mensalão era o triplo do descoberto pela polícia e denunciado pelo MP. Valério diz que pelas arcas do esquema passaram pelo menos 350 milhões de reais. "Da SMP&B vão achar só os 55 milhões, mas o caixa era muito maior. O caixa do PT foi de 350 milhões de reais, com dinheiro de outras empresas que nada tinham a ver com a SMP&B nem com a DNA", afirma o empresário. Esse caixa paralelo, conta ele, era abastecido com dinheiro oriundo de operações tão heterodoxas quanto os empréstimos fictícios tomados por suas empresas para pagar políticos aliados do PT. Havia doações diretas diante da perspectiva de obter facilidades no governo. "Muitas empresas davam via empréstimos, outras não." O fiador dessas operações, garante Valério, era o próprio presidente da República.
Lula teria se empenhado pessoalmente na coleta de dinheiro para a engrenagem clandestina, cujos contribuintes tinham algum interesse no governo federal. Tudo corria por fora, sem registros formais, sem deixar nenhum rastro. Muitos empresários, relata Marcos Valério, se reuniam com o presidente, combinavam a contribuição e em seguida despejavam dinheiro no cofre secreto petista. O controle dessa contabilidade cabia ao então tesoureiro do partido, Delúbio Soares, que é réu no processo do mensalão e começa a ser julgado nos próximos dias pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa. O papel de Delúbio era, além de ajudar na administração da captação, definir o nome dos políticos que deveriam receber os pagamentos determinados pela cúpula do PT, com o aval do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, acusado no processo como o chefe da quadrilha do mensalão: "Dirceu era o braço direito do Lula, um braço que comandava". Valério diz que, graças a sua proximidade com a cúpula petista no auge do esquema, em 2003 e 2004, teve acesso à contabilidade real. Ele conta que a entrada e a saída de recursos foram registradas minuciosamente em um livro guardado a sete chaves por Delúbio. Pelo seu relato, o restante do dinheiro desse fundão teve destino semelhante ao dos 55 milhões de reais obtidos por meio dos empréstimos fraudulentos tomados pela DNA e pela SMP&B. Foram usados para remunerar correligionários e aliados. Os valores calculados por Valério delineiam um caixa clandestino sem paralelo na política. Ele fala em valores dez vezes maiores que a arrecadação declarada da campanha de Lula nas eleições presidenciais de 2002.

Uma farsa chamada Chico Xavier



por Johnny T. Bernardo


Natural de Pedro Leopoldo, Minas Gerais, Francisco Cândido Chavier (1910 – 2002), conhecido como “Chico Xavier”, começou a exercer a função de médium espírita psicógrafo aos 17 anos de idade. É autor de mais de 400 livros psicografados, além de inúmeros bilhetes e breves mensagens. A Federação Espírita Brasileira (FEB) apresentou pessoalmente Chico Xavier, com seus livros, por diversas cidades dos Estados Unidos, Inglaterra, França, Itália e Portugal. Uma das mais destacadas consequências práticas dessas viagens foi a fundação do “Christian Spirit Center”, em Ellon College, Carolina do Norte (EUA).

A Trajetória de um louco

Marcel Souto maior relata que quando começou a ter as primeiras visões, ainda criança, Chico passou a ser chamado de louco pelo próprio pai e por moradores de Pedro Leopoldo. Só sua mãe o entendia, mas morreu cedo, quando Chico tinha apenas 5 anos. Logo depois da morte, ele começou a ver – e ouvir – o espírito da mãe no quintal da madrinha. Era com ela ( o espírito) que Chico desabafava. [1]

O próprio Chico confessou mais tarde com relação a sua iniciação mediúnica:

“Meu pai queria me internar em um sanatório para enfermos mentais (...) Devia ter suas razões; naquela época me visitavam também entidades estranhas perturbadoras”. [2]

Que entidades estranhas eram essas que visitavam Chico Xavier? Certamente eram os mesmos demônios que o acompanharam durante toda sua vida, e através dos quais ele foi iniciado no espiritismo. Os espíritos que Chico supostamente dizia ver e ouvir, eram na verdade demônios que assumiam a forma de pessoas mortas. Não é de estranhar, pois o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz (2 Cor. 11.14).




O Cruzeiro

Foto Jean Manzon - O Cruzeiro 
Quando começou a ganhar fama nacional, lá pelos anos de 1940, Chico Xavier foi procurado por um dos repórteres mais implacáveis da época, David Nasser, da revista “O Cruzeiro”. Cansado de ser alvo da desconfiança e da curiosidade dos repórteres, Chico tentou escapar a todo custo, mas foi vencido por um artifício usado por Nasser. O repórter enrolou a língua, começou a falar um francês arrastado e, com a ajuda de seu fotógrafo estrangeiro, Jean Manzon, convenceu Chico de que eles tinham vindo de muito longe, de Paris, só para entrevistá-lo.

Chico decidiu então dar a primeira entrevista internacional de sua vida e foi além. Reclamou do assédio da imprensa e dos visitantes, e pousou para fotos nas situações mais extravagantes. Até dentro de uma banheira ele apareceu em fotos de página inteira na revista “O Cruzeiro”.

Quando a edição chegou às suas mãos, Chico desabou. No meio da crise e do choro, viu seu guia, Emanuel, surgir no quarto:

- Por que você está chorando?
- Por quê? É muita humilhação, um vexame..
Emanuel encerrou a choradeira com um trocadilho:
- Jesus foi para a cruz. Você foi só para Cruzeiro. [3]

Matéria de O Cruzeiro dos anos 40.
Chico foi uma fraude do começo ao fim. Ser entrevistado por um repórter francês seria uma oportunidade unica. A França é o berço do espiritismo moderno, onde Allan Kardec publicou seus primeiros escritos e a partir de onde o espiritismo se alastrou pelo mundo. Ter uma entrevista publicada em Paris seria bom para sua imagem: ele deixaria de ser alvo de críticas no Brasil, e seria reconhecido como médium e santo. Mas no lugar da honra, veio a desonra. O Brasil foi inundado por uma edição da revista “O Cruzeiro”, que trazia estampada na capa uma foto de Chico Xavier dentro de uma banheira numa posição extravagante. Para quem não sabe, Chico Xavier era homossexual e adorava posar para fotos. Uma atitude estranha para alguém que dizia ser “iluminado pelas forças lá do alto”.

Um bilhete para o além

Marcel Souto Maior nos relata algo inusitado.

“Em 1996, Chico pendurou na porta do quarto um bilhete endereçado aos espíritos.O texto, escrito com letra miúda e trêmula, avisava: naquela noite ele dormia no quarto ao lado, por causa de uma obra na caixa d' água sobre o quarto. Se algum amigo espiritual quisesse fazer uma visita, deveria ficar à vontade. Chico teria muito prazer em recebê-lo no endereço provisório. Amanhã já voltarei ao meu próprio aposento”, comunicou no bilhete, antes de se despedir. [4]

Como diz o pastor Natanael Rinald: quem entende semelhante barafunda? Chico Xavier poderia ser animador de palco, não fosse um médium confuso. Mesmo supondo que um espírito poderia se comunicar com ele, o que aconteceria se um espírito vindo da Europa se deparasse com um bilhete escrito em português? E se fosse um japonês, um árabe ou um africano? Teria Chico um espírito tradutor a sua disposição? Um bilíngue?

A paranóia emocional de Chico chegou a um ponto tão alto que ele não sabia mais distinguir vivos de mortos.

“Na mesma época, uma senhora se aproximou de Chico no Grupo Espírita da Prece e foi cumprimentada por ele com uma pergunta preocupante:

- Desculpe, mas a senhora está viva ou morta?
- Viva, Chico.
- Graças a Deus. Suspirou Chico.

Era comum Chico confundir vivos e mortos e cumprimentar o invisível. [5]

O Médium é desmascarado

Como acontece com todos os falsos profetas, Chico Xavier não passou na análise crítica e cientifica e tornou-se desacreditado do ponto de vista religioso, científico e filosófico. Nada do que ele dizia ver e ouvir foi realmente comprovado, e suas alegações de “humildade”, “despreendimento”, “analfabetismo” e “pobreza” sabe-se não corresponder com a verdade.

Antes que qualquer especialista denunciasse Chico como impostor, ele foi denunciado por Amauri Pena, sobrinho e auxiliar do médium. Ele disse, em entrevista ao Diário de Minas, que “tudo o que ele psicografou foi criado por sua própria imaginação, sem que precisasse de interferência de almas do outro mundo. Resolvi contar toda a verdade por uma questão de consciência. Não denuncio meu tio como homem, mas como médium”. [6]

A resposta veio logo em seguida. Amauri Pena foi ridicularizado e denunciado pelo próprio pai como “alcoólatra” e “doente de alma”. Chico Xavier usou todos os recursos e influência que tinha para calar o sobrinho, alegando não ter qualquer relação com ele e que Pena nunca participou de nenhuma reunião ao lado dele. Mais uma vez o médium faltou com a verdade. Todos sabem que Amauri Pena era auxiliar e homem forte de Chico, sendo na época o indicado para substitui-lo futuramente no trabalho de psicografia.

Mal acabou de se recuperar, o médium sofreu um novo revés. A pedido do repórter Hamilton Ribeiro, Chico Xavier “psicografou” uma mensagem do “espírito” da mãe do sr. João Guignone, presidente da Federação Espírita do Paraná. Acontece que tudo não passou de uma artimanha de Ribeiro – a senhora “comunicante” estava viva em Curitiba. Ribeiro continua:

“Agora vou ler a receita psicografada do pedido que fiz hoje em nome de Pedro de Alcântara Gonçalves, Alameda Barão de Limeira, 1327, ap. 82, São Paulo (...)" Na letra inconfundível de Chico, lá esta: Junto dos amigos espirituais que lhe prestam auxílio, buscaremos cooperar espiritualmente ao seu favor. O que pensar disso? "Nem a pessoa com aquele nome, nem mesmo o endereço existem. Eu os inventei”. [7]


Referências Bibliográficas

1. As lições de Chico Xavier, Marcel Souto Maior, p. 10, editora Planeta
2. Jornal O Estado de São Paulo, 1986
3. As lições de Chico Xavier, Marcel Souto Maior, p. 21, editora Planeta
4. Ibidem, p. 24
5. Id. Ibidem, p.24
6. Diário de Minas, 20/1/1971
7. Revista Realidade, nov. 1971


Johnny T. Bernardo é colaborador no Genizah


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Uma farsa chamada Chico Xavier



por Johnny T. Bernardo


Natural de Pedro Leopoldo, Minas Gerais, Francisco Cândido Chavier (1910 – 2002), conhecido como “Chico Xavier”, começou a exercer a função de médium espírita psicógrafo aos 17 anos de idade. É autor de mais de 400 livros psicografados, além de inúmeros bilhetes e breves mensagens. A Federação Espírita Brasileira (FEB) apresentou pessoalmente Chico Xavier, com seus livros, por diversas cidades dos Estados Unidos, Inglaterra, França, Itália e Portugal. Uma das mais destacadas consequências práticas dessas viagens foi a fundação do “Christian Spirit Center”, em Ellon College, Carolina do Norte (EUA).

A Trajetória de um louco

Marcel Souto maior relata que quando começou a ter as primeiras visões, ainda criança, Chico passou a ser chamado de louco pelo próprio pai e por moradores de Pedro Leopoldo. Só sua mãe o entendia, mas morreu cedo, quando Chico tinha apenas 5 anos. Logo depois da morte, ele começou a ver – e ouvir – o espírito da mãe no quintal da madrinha. Era com ela ( o espírito) que Chico desabafava. [1]

O próprio Chico confessou mais tarde com relação a sua iniciação mediúnica:

“Meu pai queria me internar em um sanatório para enfermos mentais (...) Devia ter suas razões; naquela época me visitavam também entidades estranhas perturbadoras”. [2]

Que entidades estranhas eram essas que visitavam Chico Xavier? Certamente eram os mesmos demônios que o acompanharam durante toda sua vida, e através dos quais ele foi iniciado no espiritismo. Os espíritos que Chico supostamente dizia ver e ouvir, eram na verdade demônios que assumiam a forma de pessoas mortas. Não é de estranhar, pois o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz (2 Cor. 11.14).




O Cruzeiro

Foto Jean Manzon - O Cruzeiro 
Quando começou a ganhar fama nacional, lá pelos anos de 1940, Chico Xavier foi procurado por um dos repórteres mais implacáveis da época, David Nasser, da revista “O Cruzeiro”. Cansado de ser alvo da desconfiança e da curiosidade dos repórteres, Chico tentou escapar a todo custo, mas foi vencido por um artifício usado por Nasser. O repórter enrolou a língua, começou a falar um francês arrastado e, com a ajuda de seu fotógrafo estrangeiro, Jean Manzon, convenceu Chico de que eles tinham vindo de muito longe, de Paris, só para entrevistá-lo.

Chico decidiu então dar a primeira entrevista internacional de sua vida e foi além. Reclamou do assédio da imprensa e dos visitantes, e pousou para fotos nas situações mais extravagantes. Até dentro de uma banheira ele apareceu em fotos de página inteira na revista “O Cruzeiro”.

Quando a edição chegou às suas mãos, Chico desabou. No meio da crise e do choro, viu seu guia, Emanuel, surgir no quarto:

- Por que você está chorando?
- Por quê? É muita humilhação, um vexame..
Emanuel encerrou a choradeira com um trocadilho:
- Jesus foi para a cruz. Você foi só para Cruzeiro. [3]

Matéria de O Cruzeiro dos anos 40.
Chico foi uma fraude do começo ao fim. Ser entrevistado por um repórter francês seria uma oportunidade unica. A França é o berço do espiritismo moderno, onde Allan Kardec publicou seus primeiros escritos e a partir de onde o espiritismo se alastrou pelo mundo. Ter uma entrevista publicada em Paris seria bom para sua imagem: ele deixaria de ser alvo de críticas no Brasil, e seria reconhecido como médium e santo. Mas no lugar da honra, veio a desonra. O Brasil foi inundado por uma edição da revista “O Cruzeiro”, que trazia estampada na capa uma foto de Chico Xavier dentro de uma banheira numa posição extravagante. Para quem não sabe, Chico Xavier era homossexual e adorava posar para fotos. Uma atitude estranha para alguém que dizia ser “iluminado pelas forças lá do alto”.

Um bilhete para o além

Marcel Souto Maior nos relata algo inusitado.

“Em 1996, Chico pendurou na porta do quarto um bilhete endereçado aos espíritos.O texto, escrito com letra miúda e trêmula, avisava: naquela noite ele dormia no quarto ao lado, por causa de uma obra na caixa d' água sobre o quarto. Se algum amigo espiritual quisesse fazer uma visita, deveria ficar à vontade. Chico teria muito prazer em recebê-lo no endereço provisório. Amanhã já voltarei ao meu próprio aposento”, comunicou no bilhete, antes de se despedir. [4]

Como diz o pastor Natanael Rinald: quem entende semelhante barafunda? Chico Xavier poderia ser animador de palco, não fosse um médium confuso. Mesmo supondo que um espírito poderia se comunicar com ele, o que aconteceria se um espírito vindo da Europa se deparasse com um bilhete escrito em português? E se fosse um japonês, um árabe ou um africano? Teria Chico um espírito tradutor a sua disposição? Um bilíngue?

A paranóia emocional de Chico chegou a um ponto tão alto que ele não sabia mais distinguir vivos de mortos.

“Na mesma época, uma senhora se aproximou de Chico no Grupo Espírita da Prece e foi cumprimentada por ele com uma pergunta preocupante:

- Desculpe, mas a senhora está viva ou morta?
- Viva, Chico.
- Graças a Deus. Suspirou Chico.

Era comum Chico confundir vivos e mortos e cumprimentar o invisível. [5]

O Médium é desmascarado

Como acontece com todos os falsos profetas, Chico Xavier não passou na análise crítica e cientifica e tornou-se desacreditado do ponto de vista religioso, científico e filosófico. Nada do que ele dizia ver e ouvir foi realmente comprovado, e suas alegações de “humildade”, “despreendimento”, “analfabetismo” e “pobreza” sabe-se não corresponder com a verdade.

Antes que qualquer especialista denunciasse Chico como impostor, ele foi denunciado por Amauri Pena, sobrinho e auxiliar do médium. Ele disse, em entrevista ao Diário de Minas, que “tudo o que ele psicografou foi criado por sua própria imaginação, sem que precisasse de interferência de almas do outro mundo. Resolvi contar toda a verdade por uma questão de consciência. Não denuncio meu tio como homem, mas como médium”. [6]

A resposta veio logo em seguida. Amauri Pena foi ridicularizado e denunciado pelo próprio pai como “alcoólatra” e “doente de alma”. Chico Xavier usou todos os recursos e influência que tinha para calar o sobrinho, alegando não ter qualquer relação com ele e que Pena nunca participou de nenhuma reunião ao lado dele. Mais uma vez o médium faltou com a verdade. Todos sabem que Amauri Pena era auxiliar e homem forte de Chico, sendo na época o indicado para substitui-lo futuramente no trabalho de psicografia.

Mal acabou de se recuperar, o médium sofreu um novo revés. A pedido do repórter Hamilton Ribeiro, Chico Xavier “psicografou” uma mensagem do “espírito” da mãe do sr. João Guignone, presidente da Federação Espírita do Paraná. Acontece que tudo não passou de uma artimanha de Ribeiro – a senhora “comunicante” estava viva em Curitiba. Ribeiro continua:

“Agora vou ler a receita psicografada do pedido que fiz hoje em nome de Pedro de Alcântara Gonçalves, Alameda Barão de Limeira, 1327, ap. 82, São Paulo (...)" Na letra inconfundível de Chico, lá esta: Junto dos amigos espirituais que lhe prestam auxílio, buscaremos cooperar espiritualmente ao seu favor. O que pensar disso? "Nem a pessoa com aquele nome, nem mesmo o endereço existem. Eu os inventei”. [7]


Referências Bibliográficas

1. As lições de Chico Xavier, Marcel Souto Maior, p. 10, editora Planeta
2. Jornal O Estado de São Paulo, 1986
3. As lições de Chico Xavier, Marcel Souto Maior, p. 21, editora Planeta
4. Ibidem, p. 24
5. Id. Ibidem, p.24
6. Diário de Minas, 20/1/1971
7. Revista Realidade, nov. 1971


Johnny T. Bernardo é colaborador no Genizah


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